Skip to main content
Vitaminas para imunidade

Suplementação de vitamina D agora é recomendada para todas as crianças e adolescentes

d0f395fcf41e9714026a2503b37faaf1
admin
13/03/2025
A atual recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) é que toda criança e todo adolescente suplementem vitamina D até os 18 anos. Até outubro de 2024, a sugestão era fazer essa complementação apenas até 1 ano de idade. O objetivo é evitar a deficiência desse nutriente nessa faixa etária, pois sua falta pode levar […]

A atual recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) é que toda criança e todo adolescente suplementem vitamina D até os 18 anos. Até outubro de 2024, a sugestão era fazer essa complementação apenas até 1 ano de idade.

Vitamina d
Vitamina d

O objetivo é evitar a deficiência desse nutriente nessa faixa etária, pois sua falta pode levar a condições como raquitismo (enfraquecimento dos ossos e deformidades esqueléticas), infecções respiratórias e problemas na saúde óssea.

A seguir, esclarecemos as principais dúvidas sobre a suplementação para esses grupos.

De onde vem a vitamina D?

Cerca de 90% da vitamina D é obtida pela síntese cutânea após a exposição solar, enquanto os 10% restantes provêm da alimentação. No entanto, segundo a SBP, os principais alimentos ricos nesse nutriente não fazem parte da dieta habitual dos brasileiros. Entre eles, destacam-se peixes de água fria, como atum, arenque e salmão, além de óleo de fígado de bacalhau e fígado bovino.

Embora existam alimentos fortificados com vitamina D, como leites e cereais, seu consumo não é suficiente para que as crianças atinjam os níveis adequados.

Qual é a função dessa vitamina?

hand holding fish oil omega 3 capsules
Hand of a woman holding fish oil Omega-3 capsules, urban sunset background. Healthy eating, medicine, health care, food supplements and people concept

A principal função da vitamina D no organismo é regular os níveis de cálcio e fósforo no sangue, fundamentais para a saúde óssea. Além disso, esse nutriente exerce outras funções importantes, como atuar no fortalecimento muscular e no sistema imunológico.

Qual nível é considerado saudável?

Não há um consenso internacional sobre os valores ideais de vitamina D, pois cada sociedade médica adota uma referência específica.

A SBP classifica a deficiência desse nutriente da seguinte forma:

  • Deficiência: níveis abaixo de 20 ng/mL
  • Deficiência grave: níveis inferiores a 12 ng/mL

Atualmente, a recomendação da SBP para ingestão diária é:

  • Crianças acima de 1 ano e adolescentes: 600 UI
  • Bebês menores de 1 ano: 400 UI

Lembrando que toda suplementação deve ser feita com supervisão médica.

A região onde a criança mora faz diferença?

vitamin d capsules yellow background
Vitamin D in capsules on a yellow background

Embora o Brasil tenha sol durante boa parte do ano, a deficiência de vitamina D é um problema comum.

Um estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) analisou quase 414 mil exames de vitamina D em crianças e adolescentes de 0 a 18 anos, coletados entre janeiro de 2014 e outubro de 2018. Os resultados indicaram que 12,5% das amostras apresentavam deficiência.

Os efeitos da sazonalidade e da localização geográfica foram evidentes. No Sul do Brasil, por exemplo, 36% das crianças tinham deficiência de vitamina D no inverno, e 5% apresentavam deficiência grave.

Toda criança precisa dosar a vitamina D?

Devido às variações sazonais e regionais, a SBP não recomenda a dosagem de vitamina D para todas as crianças e adolescentes. Isso porque vários fatores influenciam os níveis desse nutriente no organismo, como:

  • Cor da pele (quanto mais escura, menor a absorção da vitamina D)
  • Estágio da puberdade
  • Composição corporal (quantidade de gordura no corpo)
  • Época do ano (exames feitos no inverno tendem a mostrar níveis mais baixos)
  • Região geográfica (incidência de raios ultravioleta varia conforme a localização)

O pediatra deve avaliar individualmente o risco de deficiência para indicar ou não a dosagem.

Se a criança pratica esportes ao ar livre e se expõe ao sol regularmente, não há necessidade de suplementação. No entanto, se ela permanece muito tempo em ambientes fechados e não consome alimentos ricos em vitamina D, a suplementação pode ser recomendada sem a necessidade de exames prévios.

Nos casos de suspeita de doenças renais, hepáticas ou autoimunes, o pediatra deve solicitar a dosagem para avaliar os níveis de vitamina D e definir a suplementação adequada.

Quais são os riscos de suplementar sem orientação médica?

A administração de vitamina D sem acompanhamento pediátrico não é recomendada.

Diferentemente das vitaminas hidrossolúveis, que são eliminadas na urina quando consumidas em excesso, a vitamina D é lipossolúvel, ou seja, se dissolve em gordura e pode se acumular no organismo. Esse acúmulo pode trazer riscos à saúde.

O excesso de vitamina D pode levar à hipervitaminose D, condição que causa hipercalcemia (aumento excessivo do cálcio no sangue), resultando em sintomas como:

  • Náuseas
  • Vômitos
  • Fraqueza
  • Problemas renais (em casos mais graves)

Esse quadro não ocorre com a dose recomendada pela SBP. No entanto, algumas pessoas ingerem quantidades muito superiores às indicadas, o que pode levar a complicações.